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Curso "O Ensaio como Forma"

  • Foto do escritor: Alexandre Pilati
    Alexandre Pilati
  • 9 de mai.
  • 2 min de leitura

O Curso de extensão/Seminário Avançado em Teoria da Literatura propõe-se como uma teoria crítica do ensaio enquanto forma objetiva do conhecimento da modernidade. Busca delinear uma tradição intelectual que encontrou nos atributos da ensaística (por exemplo, sua estrutura meândrica, sua tendência à contradição, sua ambiguidade, sua aversão ao sistemático e ao definitivo) instrumentos adequados para a crítica do mundo do capital: a pluralidade das determinações, o dinamismo e a provisoriedade constantes de suas categorias, e a ambiguidade dos processos alienantes. A disciplina se detém em exemplos inaugurais do ensaísmo moderno (de Montaigne, Bacon) para depois se concentrar em representantes da chamada “teoria crítica” (Simmel, Lukács, Kracauer, Adorno).


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i. Gênese e função do ensaio moderno. História do termo e do conceito. O ensaio como fenômeno do processo de secularização e formação de uma esfera pública na modernidade precoce. Ensaio, ensaística, ensaísmo e formação dos gêneros literários modernos. A forma aberta e outros traços fundamentais do gênero. Inícios do ensaio moderno: os casos de Montaigne e Bacon. Aspectos do ensaio alemão nos séculos XVIII e XIX, Lessing e Herder.


ii. A ambiguidade como traço da ensaística de Georg Simmel. Romanticismo anticapitalista e crítica cultural na intelectualidade alemã do período guilhermino. Teoria da modernidade e teoria do conhecimento: o estrangeiro e a crítica do pensamento sistemático. Dessubstancialização e comparabilidade. O ensaio como movimento de oscilação entre polos.


iii. O período ensaístico do jovem György Lukács. Alienação como “ideia fixa” em Lukács. Considerações ontológicas versus históricas da alienação. Aristocratismo versus democratismo plebeu. O ensaio como radicalização de posições possíveis. Ensaio e desconexão socio-política: intelectualidade livre-flutuante. A resenha como disparador do ensaio. O gênero como cosmovisão: afinidades entre gêneros literários e posições epistemológicas e éticas. Teoria da tragédia e teoria do conto maravilhoso.


iv. Mosaico e sátira em Siegfried Kracauer. Ensaio e responsabilidade intelectual. A atitude de espera. Traços simmelianos: estrangeirismo, extraterritorialidade. Crítica da impaciência “revolucionária”. Ensaio e realismo: mosaico, sátira e construção. Crítica do pensamento mitológico nas classes médias alemãs. Alegoria.


v. Elementos para uma teoria crítica do ensaio. Lukács e Adorno como “teóricos” do ensaio. Ensaio e alienação. Radicalidade e prioridade do objeto. Afinidade entre o ensaio e o romance.


O seminário tem duas modalidades complementares. Por um lado, trata-se de uma exposição a cargo do docente que apresenta os conteúdos necessários para compreender a gênese e a função histórica do ensaísmo na tradição da teoria crítica. Por outro lado, realiza-se uma leitura crítica de textos individuais, exemplares da obra ou da tradição que trate a unidade temática. Esta modalidade implica a participação ativa dos estudantes, através de discussões, atividades de leitura breve, etc. Para a leitura dos textos que serão discutidos em sala de aula, serão fornecidas orientações gerais e guias. Esta modalidade dupla ocorrerá em todos os encontros; o docente tomará para sua exposição a primeira parte da aula e, em seguida, será realizada a leitura do ensaio correspondente e um tempo para discussão orientada.

 
 
 

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